sexta-feira, 7 de outubro de 2016

20.08.1977 ─ Tragédia no Zoológico



Tragédia no Zoológico

Seis ariranhas do Jardim Zoológico de Brasília quase devoraram no último fim de semana, uma criança de 13 anos de idade, ─ e um sargento do Exército. O menor Adilson Florêncio da Costa, residente na QE-7, bloco L, apartamento 205, passa bem no Hospital Santa Lúcia, enquanto o Sargento Sílvio Delmar Holenbach, SQS 112, A, 302, internado no Hospital das Forças Armadas, encontra-se em estado grave.

Ontem, ainda no S.O.S. do Hospital Santa Lúcia, Adilson recebeu a reportagem do "Correio Braziliense" e narrou o acontecido: "Eu estava brincando no alambrado que protege o público dos animais, quando fui puxado por uma ariranha. Quando caí, os outros animais correram todos para onde eu estava e começaram a me devorar. Depois não me lembro bem, mais sei que entrou uma pessoa e atraiu a atenção das ariranhas e elas me deixaram em paz.

O Sargento Sílvio Holenbach, que, segundo os médicos do Hospital das Forças Armadas, recebeu mais de 100 mordidas, também falou à reportagem, lamentando apenas as dezenas de pessoas que assistiam à tragédia não tenham ajudado. Silvio explicou tudo desde o início: "Eu passava, de carro, com minha família: a esposa e quatro filhos menores quando oviu os gritos do garoto. Parei o carro e sem atender aos apelos da minha esposa que pedia para eu ficar, entrei no tanque das ariranhas".

Somente após algums minutos que o Sargento Silvio Holenbach estava sendo devorado pelas ariranhas é que chegou o pessoal da segurança do Zoo, segundo informações de seus familiares, e o tirou do meio das feras. Perguntado sobre o que o levou a entrar no tanque das ariranhas, o sargento respondeu: "Eu não podia deixar uma criança ser devorada sem fazer nada".

PLÁSTICA

O doutor José Carlos Daher, chefe do Serviço de Cirurgia Plástica, informou que só depois de dois dias é que poderá dizer se o estado do paciente é grave ou se sua recuperação será rápida. Para José Daher, o que mais preocupa, no momento, é o perigo das infecções nas feridas.

No Hospital Santa Lúcia, onde o garoto Adilson Florêncio deve receber alta hoje, a preocupação é a mesma, agravando-se, ainda mais, pelo fato do veterinário do Zoo ter informado ao pai do menor, Ademar Florêncio da Costa, que não há nada que possa identificar o tipo de infecção provocda pela mordida de uma ariranha.

PESQUISA "CB"

ARIRANHA: carnívoro da família dos Mustelídeos, Pterinura brasiliensis, semelhante à lontra, porém maior, alcançando alguns espécimes 2,40 m de comprimento total [a cauda mede quase um metro]. A cor é igual à da lontra, porém a barriga é menos clara e o focinho não é nu, mas coberto de pelos e a cauda achatada em toda extensão, quando na lontra ela só é na ponta.

A ariranha habita os grandes rios de todo o país, inclusive os da Amazônia, ao passo que a lontra vive no Brasil meridional. A ariranha difere também da lontra por levar vida diurna, enquanto a lontra é animal noturno. A pele da ariranha é como a da lontra, muito apreciada como tapete ou agasalho, principalmente quando caçada no inverno, porque então lhe cresce um reforço de pelos curtos e densos, que torna macia, e, ao ser beneficiada, ainda se lhe arrancam os pelos mais grossos. As ariranhas gostam de viver em bandos e nadam pelo rio, não raro fazendo uma grande barulheira, semelhantes à dos gatos, cuja voz imitam.

As ariranhas nadam otimamente e, mergulhando, caçam peixes que vão devorar em terra. Os peixes menores são devorados inteiros, ao passo que dos maiores rejeitam a cabeça e a espinha. É preciso ser bom atirador para poder com algum sucesso ir à caça das ariranhas. De longe aproxima-se, vindo rio abaixo, um ponto negro que tende as águas como a quilha de um barco invisível. Bastaria esse alvo ao caçador. Mas, antes de poder ele disparar o tiro, a ariranha some de todo nas profundezas e quando, algum tempo depois, reaparece, por um instante apenas para respirar rapidamente, ainda uma vez o tiro resvala na água.

Fotógrafos escolhem miss no dia 6

O Concurso de Miss Objetiva Brasília 77, que elegerá uma representante do Distrito Federal ao Concurso de Miss Objetiva Internacional, realizado anualmente pela Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinegrafistas Cinematográficos do Estado de São Paulo está iniciando os preparativos para festa do dia 6 de setembro às 21 horas no Salão Nobre do Eron Brasília Hotel.

Os ensaios estão sendo realizados aos sábados e domingo a partir das quinze horas e tem contado com a dedicação dos convidados inscritos sob a direção de Sílvia Silva supervisionada pela coordenação do concurso que vem dando todo apoio às concorrentes, seus fotógrafos patrocinadores e a todos aqueles que procuram de uma maneira ou de outra colaborar com a primeira promoção desta natureza a ser realizada em Brasília.

JÚRI

A escolha da primeira Miss Objetiva será feita através de um júri composto por quinze figuras de destaque da sociedade brasiliense, incluindo-se jornalistas, cronistas sociais, modelos fotográficos, cirurgião plástico e representantes das artes fotográficas de Brasília, Rio e São Paulo, cujos membros estão sendo cuidadosamente escolhidos pela Coordenação do Concurso.

Para festa que escolherá a primeira Miss Objetiva de Brasília está previsto um público reduzidíssimo em face do local não comportar mais de quatrocentas pessoas. Destarte, solicitamos a máxima urgência daqueles que queiram reservar as sessenta mesas existentes no Salão Nobre do Eron Brasília Hotel. As pessoas interessadas poderão telefonar para 725 7080 - Reservas.

A Coordenação do I Concurso de Miss Objetiva Brasília 77 está convidando as candidatas inscritas e seus representantes um rápido ensaio na próxima sexta feira às 20 horas. Na oportunidade as concorrentes farão uma ligeira demonstração do que será a festa do dia 6 de setembro. Essa demonstração será para a Imprensa local.

Correio Braziliense, terça-feira, 30 de agosto de 1977

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