sexta-feira, 8 de julho de 2016

08.07.1970 ─ Em farras, ele gastou o dinheiro do assalto

DN ─ Quarta-feira, 8 de julho de 1970 ─ 1.º caderno


Em farras, ele gastou o dinheiro do assalto

O ultimo integrante da quadrilha que assaltou no dia 14 de junho ultimo a filial do "Supermercado Pão de Açucar", da avenida Santo Amaro, 6.842, foi preso por investigadores do 34.o Distrito Policial. É ele, Cicero Xavier de Oliveira, de 21 anos, solteiro, residente na rua Visconde de Parnaiba, 45, no bairro do Brás. Com os demais integrantes do bando, quando foram detidos, a polícia encontrou parte do produto do roubo, em poder de Cicero, nada foi encontrado. Ele gastara tudo em farras e na compra de moveis e outros utensilios para o apartamento em que estava residindo.

Quando ouvido pelo delegado Osvaldo Pereira Alexandre, do 31.o Distrito, o marginal disse que tomou parte no assalto, aceitando um convite que lhe fôra feito por Orasilia de Souza Barduzzi. Essa mulher foi presa por agentes do DEIC. Era a chefe do grupo. Além deste assalto, o marginal disse haver praticado cerca de 20 arrombamentos em moradias da Vila Prudente.

SUSPEITA
No princípio da semana passada, o investigador Guaracy quando passava proximo à rua Visconde de Parnaíba, cruzou com Cicero Xavier de Oliveira. O policial, não tinha nenhuma suspeita contra aquele rapaz. Porém, quando Cicero viu o policial, saiu em desabalada carreira, pondo-se em fuga. O agente da lei, suspeitando que aquele rapaz tivesse algo a contar, saiu no seu encalço. Entretanto, não conseguiu agarrá-lo.

Aquele fato, aguçou a curiosidade do policial, que resolveu realizar "campana" no local onde ele correu a fim de deter aquele rapaz assustado. Com o auxilio dos investigadores Flávio, Renner e Petri, o ploicial Guaracy passou a rondar a rua Visconde de Parnaiba. Falando com pessoas residentes naquela via publica e descrevendo o tipo do rapaz que procurava, os policiais souberam que ele residia no 3.o andar do predio 45 daquela rua.

FUGA
Sexta-feira, a noite, os agentes do 31.o Distrito, souberam que Cicero havia entrado no predio em que residia. Sem perda de tempo, dirigiram-se ao 3.o andar e ficaram junto à porta do apartamento numero 5, moradia dom arginal. Certificando-se de que ele ali se encontrava, os investigadores arrombaram a porta. Porém, o meliante que havia notado a presença da policia, empreendeu fuga, descendo à rua através de uma calha. Os policiais, sairam em seu encalço, mas, o marginal conseguiu fugir.

Nesta oportunidade, Cicero estava acompanhado de uma jovem, a qual também fugiu pela calha.

PRISÃO
Na manhã de sábado, os policiais descobriram que o marginal que havia lhes escapado da mãos, possuia um amigo com o qual mantinha contactos diários. Este rapaz, trabalhava numa loja, sendo que seu passado não era comprometedor. Apenas tinha um amigo fora da lei. O moço, foi encontrado e sem que soubesse, os investigadores passaram a seguir seus passos até a tarde de 2.a-feira. Durante 24 horas, ele teve um agente da lei atrás de si.

Segunda-feira, após deixar o estabelecimento em que trabalhava, o amigo de Cicero, dirigiu-se para o bar "Bandeirantes" na avenida Radial Leste. Logo atrás, caminhavam os agentes Guaracy e Petri.

O rapaz, entrou naquele estabelecimento comercial, parou à porta, ficando a espera do amigo. Ele não demorou. Mas, ao se aproximar do outro, foi agarrado pelos agentes que ali se encontravam. Tentou fugir. Lutou com os investigadores que a custo conseguiram contê-lo e algemá-lo.

Agora, na presença das autoridades do 31.o Distrito Policial, Cicero Xavier de Oliveira, que estava sendo procurado pela policia, acusa seus companheiros de crime. Diz que foi Orasilia quem o levou para assaltar. Mas, mesmo acusando seus companheiros, ele mesmo diz que já praticou vários arrombamentos.

Dessa "gang" fazia parte Cicero Xavier de Oliveira

MOTORISTA DE PRAÇA
FUZILOU ASSALTANTE

O verdadeiro autor da morte do ladrão Antonio Marcos de Almeida, vulgo "Mineirinho", de 22 anos, solteiro, sem moradia certa, é um motorista de praça, alto, forte e mulato e não, como se acreditou de início, ser o próprio comparsa do morto, o larápio Aluísio de Oliveira, de 20 anos, solteiro, morador em Ribeirão Pires e parceiro de crimes também do gatuno Getulio da Silveira, de 18 anos, solteiro, residente naquele municipio.

Essa foi a conclusão a que chegaram, ontem a tarde, o delegado José Mario de Avila e os agentes Luis Olivares, Asprino e Morais, da equipe "B" da Divisão de Crimes Contra a Pessoa que, desde a madrugada do dia 31 de maio último, investigaram a ocorrencia. O confronto das armas usadas pelos ladrões, naquela madrugada, e também pela conclusão ontem do exame necroscópico realizado no cadáver de "Mineirinho", levaram as autoridades a encontrar o verdadeiro criminoso.

Diário de Notícias, quarta-feira, 8 de julho de 1970

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