quinta-feira, 7 de julho de 2016

30.09.1996 ─ Matou ex-patrões e enfrentou polícia a tiros



Matou ex-patrões e enfrentou polícia a tiros

A partir da informação do investigador de polícia Romão, da Equipe B-Leste da Divisão de Homicídios do DHPP, de que o vigilante Alexandre Carlos Berenguell, responsável pela segurança particular de algumas ruas do bairro Batistini, em São Bernardo do Campo, o havia procurado para informar que dois marginais da região, conhecidos como Fantomas e Márcio, eram os autores do latrocínio que vitimou os irmãos Hélio Norione Nishizawa e Ildefonso Minoru Nishizawa, proprietários do Supermercado Bela Vista, no Jardim da Represa, em São Bernardo do Campo, Grande São Paulo, o delegado titular da Equipe Especial da Divisão de Homicídios do DHPP, Wagner Giudice, avocou o inquérito que tramitava no 3º DP de São Bernardo desde a época dos fatos, em 17 de maio deste ano.

Após inteirar-se do caso, a autoridade designou os investigadores Malacrida, Gerson, Antonio Carlos, Desgualdo e Reginaldo, os quais contaram com o auxílio do investigador Ronaldo, da chefia da Divisão de Homicídios, e do próprio Romão, da Equipe B-Leste, o qual não teve dificuldades em localizar a casa de Fantomas, pelo fato de também residir em São Bernardo há vários anos. Pelas informações que possuía, Fantomas era visto com frequência no bairro do Jardim da Represa, dirigindo um Passat vermelho.

Com todos os dados levantados, inclusive o endereço de Fantomas, na Rua Fernando Pessoa, 155, no Jardim da REpresa, no dia 30 de julho, por volta das 17h00, os policiais marcaram encontro num posto de gasolina nas proximidades e depois do investigador Romão passar em frente a casa de Fantomas e constatar que o Passat vermelho estava na garagem, os demais policiais se aproximaram e cercaram a residência.

Troca de tiros
Após anunciarem que "era a polícia" e pedirem para o marginal se entregar, a resposta veio com uma saraivada de balas. Fantomas gritava que só se entregaria morto.

Na troca de tiros, o investigador Gerson foi ferido no braço e no revide seus companheiros conseguiram acerta Fantomas com um tiro de raspão na cabeça.

Dominado, o marginal identificado como José Everaldo da Silva foi conduzido ao PS Central de São Bernardo, onde foi medicado e liberado para ser conduzido ap 3º DP (São Bernardo), onde foi autuado em flagrante por tentativa de homicídio contra o policial Gerson, que também foi atendido no mesmo PS.

Removido para a Equipe Especial de Homicídio, Fantomas informou o paradeiro do seu comparsa Márcio de Oliveira, de 19 anos, e na sequência, ambos confessaram o crime contra os irmãos Nishizawa.

Para o delegado Wagner Giudice, Fantomas contou que conhecia bem os hábitos dos irmãos, pelo fato de haver trabalhado como segurança no Supermercado durante um certo tempo. Na data dos fatos, ele sabia que os comerciantes deveriam transportar uma boa quantidade em dinheiro para casa. Portanto, em companhia de Márcio, ficou aguardando até o fechamento do Supermercado, quando os irmãos saíram numa das peruas Kombi do estabelecimento comercial.

Os marginais que estavam num Opala preto seguiram as vítimas até um local ermo, conhecido como Estrada Galvão Bueno, fecharam a Kombi dos comerciantes e anunciaram o assalto. Pela versão dos bandidos, os irmãos teriam ficado muito assustados e o motorista tentado fugir dando marcha-a-ré no carro, ocasião em que Fantomas deu o primeiro tiro. Em seguida, fizeram os comerciantes saírem do carro e depois de obrigá-los a deitarem-se no chão, atiraram em suas costas, quatro tiros ao todo. Na sequência, quando já pretendiam deixar o local com a Kombi das vítimas, ouviram gemidos e perceberam que um dos irmãos ainda estava vivo. Fantomas não teve dúvidas, voltou e atirou na cabeça da vítima.

Diante da brutalidade do crime, o delegado Giudice solicitou a prisão preventiva dos ladrões assassinos, os quais foram recolhidos à prisão, onde deverão permanecer até o julgamento.
Fotos Fábio Prado
José Everaldo da Silva, o Fantomas, planejou o assalto contra os ex-patrões
Márcio de Oliveira disse que só atirou porque o comparsa mandou
Integrantes da equipe que trabalharam no caso
O delegado Wagner Giudice solicitou a prisão preventiva dos ladrões assassinos

Revista "O Tira", terça-feira, 30 de setembro de 1996

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