segunda-feira, 4 de julho de 2016

28.02.1995 ─ Policiais da DIG em poucas horas Descobrem homicídio ocorrido há um mês e prendem autor

BRAGANÇA - JORNAL
ANO LXVIII • Bragança Paulista, Terça-feira, 28 de Fevereiro de 1995 • N.º 8.466
Foto: Marcos R.O.
Na foto o autor, Daniel Alves da Cruz e o co-autor,
Nilson Acedo Souza Araújo, do homicídio da
rua São Marcos, no Cruzeiro.


Policiais da DIG em poucas horas
Descobrem homicídio ocorrido há um mês e prendem autor

Na noite de sexta-feira, 24, por volta de 23 horas, em virtude de forte mau cheiro que exalava no local, moradores da rua São Marcos, nas proximidades com o cruzamento dom a rua João Franco, no bairro do Cruzeiro, acionaram a Polícia Militar que, por sua vez, acionou o Corpo de Bombeiros para verificação do fato.

Ao local compareceram os policiais militares, sds. Prado e Osmar e também a viatura AS-008 do Corpo de Bombeiros com o sgto. Padilha, cb. Átila e sd. Rogério que perceberam tratar-se de corpo em decomposição razão do mau cheiro que exalava de um poço ali existente.

Pelos integrantes do Corpo de Bombeiros foi feita a retirada do cadáver ali encontrado, em adiantado estado de decomposição, sendo o fato imediatamente levado ao conhecimento da DIG ─ Delegacia de Investigações Gerais, comparecendo ao local o seu titular delegado Paulo Roberto de Queiroz Motta, o delegado de polícia titular do 1.º DP, Marcelo Fábio Vita e o investigador Sidney, encarregado da equipe "C" de investigadores da DIG, os quais verificaram o fato. Foi determinada a remoção do cadáver para a Sala de Anatomia da USF para os exames necroscópicos, iniciando os oficiais desde logo, as averiguações.

Ouvindo testemunhas no local, chegaram aos nomes de dois suspeitos, moradores à rua São Marcos, 38, nos fundos da casa dos quais situava-se o poço onde o cadáver fora encontrado. Tratavam-se dos indivíduos Daniel Alves da Cruz, 31 anos, e Nilson Acedo Souza Araújo, 32 anos. Nos depoimentos de testemunhas foi dito que, há meses, um homem teria esfaqueado a amásia de Daniel.

Procurados pelos policiais civis, ambos foram encontrados num bar das proximidades. Levados à DIG foram interrogados e acabaram confessando o crime.

Daniel relatou que há um mês, mais precisamente, a 25 de janeiro último, à noite, ele e Nilson encontravam-se bebendo em sua casa, em companhia de suas amásias, tendo, também, a companhia de um amigo de nome Messias, quando ali chegou Manoel Messias da Silva, vulgo "Alemão", branco, 35 anos, sem residência fixa. Este, já embrigado, ao chegar agrediu Messias e o colocou para fora da casa. Isso e mais o fato de Alemão ter afirmado que tinha um caso com a amásia de Daniel, ocasionou uma breve discussão entre Daniel e Alemão, tendo o primeiro chamado Nilson e as amásias para fora de casa e mandado que as mulheres fossem lavar roupa, o que foi feito por elas, enquanto Daniel e Nilson voltaram para o interior da casa, onde se encontrava ainda Alemão, bastante embriagado. Este fora quem agredira a amásia de Daniel, comforme informações de testemunhas.

Apossando-se de um pau, de aproximadamente 48 cm de comprimento, retangular, com cabo, Daniel desferiu várias pauladas na cabeça de Alemão, prostrando-o morto. A seguir, com o auxílio de Nilson que a tudo assistira, arrastou a vítima, jogando-a no poço existente nos fundos de sua casa, cobrindo-a com entulho e lixo que também jogou a seguir. As chuvas intensas que cairam sobra a cidade nos últimos dias provavelmente causaram o deslocamento do material que cobria o cadáver e isso fez aparecer o mau cheiro no local que se expandiu pelos arredores.

Diante da confissão, os policiais civis viram coroados de êxito os esforços dispendidos por toda a madrugada com o objetivo de desvendar um crime que, embora ocorrido há um mês, só viera à tona poucas horas antes.

Foi solicitada a prisão temporária dos envolvidos os quais foram recolhidos à Cadeia Pública: Daniel como autor do delito e Nilson como co-autor na ocultação do cadáver.

Foi apreendida em auto próprio a arma do crime resgatada pelos bombeiros do interior do poço onde fora atirada.

Com a resolução do homicídio e a prisão do autor e do co-autor, mais uma vez a Polícia Civil local dá demonstração de sua eficiência e de sua capacidade de ação.

Bragança Jornal, terça-feira, 28 de fevereiro de 1995

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