quinta-feira, 8 de setembro de 2016

20.05.1964 ─ Comerciário encontrado morto, com o ventre rasgado a gilete - Três camas manchadas de sangue - Polícia conclui que o moço se matou



Comerciário encontrado morto, com o ventre rasgado a gilete - Três camas manchadas de sangue - Polícia conclui que o moço se matou

O balconista Dorival Zumeli, de 36 anos, solteiro, residente na "Pensão Dna. Maria", na rua Pedro Arbues, 157, no bairro da Luz, ontem, cerca das 19 horas, ao chegar ao comodo que ocupa naquele endereço, juntamente com três colegas, encontrou sobre uma cama, rodeado por uma poça de sangue, já sem vida, Sebastião da Silva Sobrinho, de 32 anos, solteiro. Os patrulheiros de uma viatura da RP compareceram prontamente ao local, onde ao verificar que o homem apresentava extenso ferimento no ventre, produzido por uma gilete, que foi encontrada ao lado do cadaver, levaram o caso ao conhecimento do delegado Magino Alves Barbosa, de serviço na Central de Policia, que, em companhia do escrivão Nilo Baracho, se transportou para a "Pensão Dna. Maria".

CASO MISTERIOSO

A reportagem policial do DIARIO DA NOITE, que acompanhou os trabalhos da polícia, verificou que as três camas existentes no pequeno quarto estavam manchadas de sangue. O cadaver foi encontrado sobre uma delas que não era da vítima. Sebastião depois de ferido no ventre, andou cambaleando sobre aquelas peças, indo finalmente cair sobre a outra, onde faleceu, devido à abundante hemorragia que se processou.

O delegado Magino Alves Barbosa, depois de interrogar os companheiros de quarto do morto, também ouviu outros pensionistas. Todos êles declararam que acabavam de chegar naquele momento e que não presenciaram o fato. Diante disso, a autoridade policial convocou o seu colega da Delegacia de Homicidios para prosseguir nas investigações.

Ainda no local do fato, policiais e reporteres foram informados, posteriormente, de que Sebastião Silva Sobrinho teria praticado o suicídio, golpeando o ventre com uma gilete.

O corpo, depois de examinado pelos peritos do IPT, foi recolhido ao necrotério da Polícia.

Confirmando aquilo que soubemos na pensão, por volta das 22,30 horas, o delegado Lourival França Filho, da equipe "E" da Delegacia de Homicidios, chegou ao plantão da Central de Polícia, informando ao delegado Magino A. Barbosa que se tratava de um caso de suicidio. Sebastião, segundo aquela autoridade, que andava ultimamente muito aborrecido (amores contrariados) pôs termo à existência, desferindo um golpe de gilete na barriga.

O MORTO ─ Sebastião da Silva Sobrinho, que foi encontrado morto na pensão onde residia.

Diário da Noite, São Paulo, quarta-feira, 20 de maio de 1964

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