JOHNNY RESTIVO ARRUMOU NAMORADA NO RIO
UM ano e meio depois de sua primeira visita ao Brasil, Johnny Restivo voltou ao nosso país. É êle um dos ídolos da juventude. Da primeira vez êle veio como cantor de Rock, mas agora ampliou seu campo de ação, apresentando-se como intérprete do twist. Foi no Copacabana Hotel que fomos encontrá-lo, com aquêle sorriso simpático e juvenil, lembrando cordialmente a amizade que estabelecemos em sua outra visita ao Rio. Agora, com 18 anos, completos em 30 de setembro, sente-se que o cantor está mais amadurecido e êle mesmo revela:
─ Comecei a me realizar de um tempo pra cá, quando contratei para meu empresário Dee Anthony, que é irmão de Bill Anthony, que me acompanha nesta viagem. Bill é o encarregado de todos os meus assuntos de viagens e eu tenho uma completa associação cuidando de mim e meus negócios. Tenho um advogado, Mort Farber, e dois contadores, que cuidam da minha escrita, impostos e aplicação do meu dinheiro. Para evitar esbanjamento só recebo por semana 100 dólares para os meus gastos. O restante é empregado em compra de ações, imóveis e terrenos. Além disso tudo e de meus empresários, sou filiado à Agência "General Artists Corporation". Por isto é que eu pude dar um "pulo" tão grande em minha carreira.
Johnny Restivo mostra-nos a fotografia de uma casa muito bonita e diz:
─ Essa casa comprei para meus pais em Monroe, subúrbio de Nova York. Nasci nesta cidade e lá vivi até os 13 anos quando me mudei para Nova Jersey. Agora passo em Monroe com meus pais apenas os fins-de-semana, quando não estou viajando. Nos outros dias, fico em meu apartamento de Nova York, pois tenho que estar sempre no centro da cidade e meus pais moram longe. Terminei em São Paulo na Rádio e TV Record, a minha temporada na América do Sul e vim ao Rio para descançar. Viajei durante um mês pelo Chile, Argentina, Uruguai e vim terminar no Brasil. Pretendo vir aqui todos os anos.
Quando Johnny Restivo disse isso, olhou intencionalmente para Marivalda, a rainha das vedetes, que conhecera há poucos dias e de quem parecia estar gostando. Ela também estava francamente enamorada de Johnny e disse que iria ganhar uma passagem à Nova York, para visitá-lo lá. De repente, os dois se lembraram do repórter e Johnny voltou à entrevista:
─ O twist está mesmo fazendo sucesso nos Estados Unidos. Mesmo os adultos e gente da sociedade, que não gostava ou dizia não gostar do rock, aderiu ao twist e vai dançá-lo no "Peppermint Lounge". Aliás, o twist não é uma dança vulgar e não faz mal. Em minha opinião, perigosas são as danças em que os pares ficam colados de rosto e corpo. Gravei ultimamente dois twists: "The magic age of love" e "Doctor love", mas tôdas as músicas que eu cantava antes foram passadas para êsse ritmo e o sucesso é bem maior. Basta dizer que neste mês de viagem ganhei 40 mil dólares.
Muitos poderão dizer que o galã-cantor norte-americano apenas tirou retratos com a vedete Marivalda, para efeito de publicidade... Mas, a verdade é que Johnny e Marivalda viveram um romance autêntico no Rio. Especialmente depois que êle (fotos abaixo) ensinou à vedete a dançar o twist...
Revista do Rádio, sábado, 10 de março de 1962
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