segunda-feira, 13 de junho de 2016

23.11.1995 ─ FH chama críticos de "corvos"

JORNAL DO BRASIL
© JORNAL DO BRASIL SA 1995      RIO DE JANEIRO • Quinta-feira • 23 DE NOVEMBRO DE 1995      Preço para o Rio: R$ 1,00
Brasília ─ Jamil Bittar
Fernando Henrique pediu que apontem "uma só irregularidade" no projeto Sivam

FH chama críticos de "corvos"

O presidente Fernando Henrique Cardoso chamou ontem de "corvos" os críticos do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) e garantiu que o projeto será retirado se apontarem nele "uma só irregularidade". "Vamos evitar que este espírito de corvo volte a pousar no país. De ver podridão em tudo. Há vontade de sentir cheiro de carniça. Essa carniça exala da própria consciência malsã dos que não percebem que há gente com espírito público", discursou ele na comemoração dos 50 anos do Departamento Nacional de Estradas e Rodagens (DNER). Deflagrado por uma escuta nos telefones do ex-chefe do Cerimonial do Planalto Júlio César Gomes dos Santos, o escândalo Sivam abriu duas crises no governo. Uma levanta a possibilidade de tráfico de influência na concorrência de US$ 1,4 bilhão para compra dos 19 radares do Sivam ─ vencida pela firma americana Raytheon ─, e outra provoca uma corrente de desconfiança em todos os escalões do poder. Executivo, Legislativo e Judiciário querem saber quem autorizou o grampo nos telefones de Júlio César Gomes dos Santos, cujo gabinete de trabalho ficava no próprio Palácio do Planalto. O relatório sobre o grampo exigido por Fernando Henrique foi entregue ontem, mas está incompleto segundo o ministro da Justiça, Nelson Jobim, que quer saber por que, em 22 dias, a Polícia Federal só gravou 13 conversar. A informação sobre o grampo teria chegado à imprensa através de um assessor do presidente do Incra, Francisco Graziano. O contrato do governo som a Raytheon foi renovado ontem. (Págs. 3, 4 e 5, Coisas da Política, pág. 2, Informe JB, pág. 6, e editoriais "Crime Político" e "Parecer Dançante", pág. 10)

REAGE
RIO
DIA 28
CANDELÁRIA
LUÍS TRIMANO

BC confirma rombo de R$ 4 bilhões

O diretor de Normas do Banco Central, Cláudio Mauch, confirmou ontem que o Banco Nacional tem um rombo de R$ 4 bilhões. A informação causou mal-estar em Brasília, onde o ministro da Fazenda, Pedro Malan, havia afirmado também ontem que ainda é prematuro falar sobre a situação da instituição, adquirida pelo Unibanco. O Nacional está sob intervenção do BC, que analisa as suas contas. (Página 16)

Casas Bahia compram rede Garson do Rio

As Casas Bahia compraram ontem, por R$ 52 milhões, a Garson, uma das mais tradicionais redes de varejo do Rio, com 33 lojas em todo o estado. O fundador da rede, Abraham Garson, fez uma espécie de leilão de sua empresa, disputada pelas Casas Bahia, de São Paulo, e pelo Ponto Frio, do Rio, que chegou a oferecer R$ 48 milhões pela Garson na quinta-feira passada, cobrindo a proposta anterior de R$ 40 milhões da vencedora. (Página 21)

AMANHÃ NA
PROGRAMA
O NOVO
FILME DE
WALTER
SALLES

Jornal do Brasil, quinta-feira, 23 de novembro de 1995

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