quarta-feira, 9 de março de 2016

29.12.1955 - AS DEZ MULHERES MAIS BEM DESPIDAS DO BRASIL NO ANO DA GRAÇA DE 1955

 Reportagem de Bolso 


AS DEZ MULHERES MAIS
bem despidas
DO BRASIL NO ANO DA GRAÇA DE 1955

SENHORAS prendei vossos maridos, maridos driblai vossas senhoras, senhoritas escondei vossos noivos ou mamroados, noivos ou namorados telefonai para as senhoritas dizendo que vão estudar na casa de um amigo. Senhoras comprometidas em geral, cuida de vossos casos para não criar outros!!!

São elas... são as escolhidas do ano, as dez mulheres mais bem despidas do Brasil que, finalmente, surgem em reportagem simultânea de ULTIMA HORA e MANCHETE, para os milhares de leitores universais de Stanislaw Ponte Preta. O vivo cronista, após dias e dias de incerteza e nervosismo, indecisões e insônia, chegou à conclusão de que são as que aqui estão as mulheres mais bem despidas do Brasil durante o ano da graça de 1955 D. P..

Rapazes desprezados da sorte, chegou vossa vez. Todos de tesoura na mão para recortar esta dezena de figurinhas biquinescas e colar na parede do quarto. Senhores sujeitos a distúrbios cardíacos, lembrai-vos também que Stanislaw não se responsabiliza pelos prováveis infartes que possam advir de sua reportagem.

Mocinhas que imitais lolós e marilyns, mirai-vos nestes exemplos e tentai, a custa de muita ginástica, massagens e filés de alface, reproduzir as medidas bem proporcionadas destas que Stanislaw para a glorificar, para gáudio de seus leitores e escoriações generalizadas dos cronistas menores.

Aqui estão as dez meninas que o sultão Abdul Hammed Ponte Preta, o maior "expert" em haréns das Arábias, de parceria com Dona Yaya ajudou o fero primo brasileiro a escolher. Abaixo vocês encontrarão dados sôbre elas e desde já Stanislaw avisa que, embora a numeração de 1 a 10 apareça aqui, de forma alguma tentou classificá-las em ordem decrescente de beleza. De jeito nenhum. Escolher as dez já foi uma temeridade, imaginem se ainda fôssemos, entre as dez, escolher a melhor!

 1  ANGELITA

Angelita Martinez (ela é Martinez porque foi casada, há tempos, com Chucho Martinez, o cantor mexicano), está com 23 anos de idade e uns oito no palco e microfone. Seu verdadeiro nome é Maria Angélica Gunani. Nasceu em São Paulo, onde começou como cantora da Rádio Record. Mas, decididamente, Angelita é mais pra ver do que pra ouvir e, por isso mesmo, tornou-se atriz de peças musicadas e de "shows" de "boite". Ela é filha de Bartho e sobrinha de Neco, dois grandes ases do futebol do passado, integrantes dos selecionados paulista e brasileiro. Neste ano da graça de 1955, atuou somente em São Paulo, no "Meninão". É a única entre as dez que não apareceu ─ em 55 ─ bem despida aos cariocas. Ia estrear o "show" de Zilco Ribeiro ─ "A Pequena Notável" ─ quando fecharam o "Casablanca". Os ensaios, conforme o maior cronista e repórter da América Latina tem noticiado, continuam e, enquanto isso, Angelita candidatou-se e deverá ganhar fácil o concurso para Rainha das Atrizes do ano que entra.

 2  YOLANDA FERRER

Tal como Angelita, Yolanda também tem 23 anos de idade e começou a carreira de atriz em São Paulo. Com 16 anos e já com tudo isso que forma ela hoje, começou no antigo "Roof" da "Gazeta", como uma das cinco bailarinas do "Ballet Pigalle". Atuou em tôdas as "boites" do Rio de Janeiro que montam espetáculos musicados. Começou a destacar-se no Monte Carlo, na dupla Irene e Yolanda (a outra era Irene Hosko, uma das mais bem despidas de 53). Ela própria fez parte da relação Stanislaw no ano passado, quando reapareceu no Casablanca, após um ano fora do palco. Êste ano este "Moleque". Apesar de aparecer bem despida durante menos da metade do ano, garantiu sua escalação nesta lista porque, como vocês podem verificar etc. e tal. Ela e Carmem Verônica são as duas únicas beldades da presente seleção que são casadas, sendo que Yolanda, inclusive, suspendeu suas atividades artísticas justamente porque está esperando para princípios de janeiro a visita da cegonha.

 3  NILZA BENES

Nilza Benes, néc, Benedita da Silva em 27 de abril de 1936, é a única escurinha na lista de Stanislaw. Mas isso não quer dizer que seja a primeira vez que o mais vivo dos Ponte Preta escolhe uma deusa de ébano entre as dez do ano. Já em 54 Mara Abrantes ─ a Marilyn Monroe em negativo ─ era escalada pelo Vivaldino. Nilza, nascida em Caxambú, foi engarrafada por Solano Trindade e incorporada ao seu Grupo Folclórico. Trabalhou somente no palco da "boite" Beguin, até o dia de hoje e nunca apareceu num palco de teatro, o que acontecerá pela primeira vez agora, na segunda semana do ano que vem, quando Silveira Sampaio estrear no Dulcina o "show" "No País dos Cadillacs".

Assim ela começa 1956 bem despida em dois espetáculos ─ "Brasil, de Pedro a Pedro" no Beguin, onde aliás aparece completamente despida, em determinada cena, e "No país dos Cadillacs", no Dulcina.

 4  NÚCIA MIRANDA

Esta que aí vedes, saindo do banho espantada com a presença da objetiva marota do olheiro da Pretapress, é a Núcia Miranda, uma das mais bem despidas de 54 e eleita, no mesmo ano, com o nosso apoio "Miss Objetiva". Foi o grande Stanislaw que um dia explicou o êxito de Núcia, numa reportagem histórica e que conseguiu esta coisa dificílima que é aumentar a tiragem da Revista da Semana. "Ela ─ disse o vivo cronista ─ é a única "girl" que não tem cara de "girl". É como prima da gente, que vem do interior, vai com a gente ao cinema, a gente pega na mão dela, depois dá um beijinho nela e depois ela volta pro interior e não acontece mais nada mas a gente, pro resto da vida, nunca mais a esquece". Foi ela a única corista do mundo que conseguiu trabalhar com Carlos Machado e Zilco Ribeiro no mesmo mês. A coisa explica-se: terminara o seu contrato com o primeiro e, imediatamente, foi requisitada pelo segundo, deixando "A Grande Revista" e entrando em "O Samba Nasce no Coração". Mas eis que Machado, por fôrça de uma prorrogação de contrato anteriormente assinada por ela, reconvoca a Miss Objetiva e ela é obrigada, embora a contra gôsto a voltar. Núcia, que pertence à frota de brotos de Stanislaw, tem 1 metro e 69 de altura, veste um bikini com a mesma naturalidade com que o poeta Augusto Frederico Smith beste camisolão, e olha pra gente com dois olhos claros suaves.

Última Hora, quinta-feira, 29 de dezembro de 1955

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