quinta-feira, 31 de março de 2016

03.04.1964 - Jornais americanos: 'militares do Brasil são mesmos de 1889'



Jornais americanos:
'militares do Brasil
são mesmos de 1889'

NOVA IORQUE ─ O "The New York Times" diz, em sua edição de ontem, não ser certo que o presidente João Goulart estava levando o país para o comunismo, acentuando que as Fôrças Armadas adotaram a mesma posição de 1889, quando da proclamação da República.

Ressalta o telegrama da agência norte-americana UPI que o sr. João Goulart não pôde modificar a estrutura do Exército, "integrada por elementos da classe média, conservadora". Adverte o órgão americano: "Seja quem fôr o vencedor, terá que se produzir, agora, um longo período de convalescença política e econômica".

EQUILÍBRIO
O Exército, segundo o "New York Times" é constituído de "elementos da classe média conservadora". Aponta o órgão a existência de "desequilíbrio entre as famílias que muito têm e as que nada têm, o que é agravado pela inflação".

"Washington Post" diz que a luta no Brasil "é algo mais que uma disputa entre maus e bons". Após colocar a posição do sr. João Goulart como "inclinado para a esquerda diz o "Washington Post": "Mas também é certo que o sr. João Goulart apoiava a realização das reformas de base e que a oposição ao seu regime, por parte dos ricos e poderosos, não se baseava inteiramente no conluio do presidente com os comunistas".

"IMPARCIAL"
O govêrno norte-americano se declarou "imparcial" na crise. Funcionários do Departamento de Estado disseram que o presidente Lyndon Johnson se manteve "informado" sôbre a crise. Asseguraram que "se o presidente Goulart apresentasse renúncia em favor do deputado Ranieri Mazzilli "não haveria rompimento de relações. (Noticiário da "United Press International" (USA).

Diário Carioca, sábado, 3 de abril de 1964

Nenhum comentário:

Postar um comentário