domingo, 3 de abril de 2016

01.03.1974 - ELE TOMA UM CAIXOTE DE CERVEJA POR DIA

EXCLUSIVO
POP

ELE TOMA UM CAIXOTE DE CERVEJA POR DIA


A imaginação de Alice não tem limites: cada show é um novo ritual diabólico.


Para sua mãe, Ella Furnier, ele é e sempre será Vincent. E não há nada no mundo que a faça chamá-lo de Alice. Mas este estranho nome talvez seja a chave do sucesso do rei do rock bissexual americano, que conseguiu chamar a atenção do mundo inteiro com o exotismo e as loucuras de suas apresentações e atitudes, no palco e fora dele. Líder de um dos mais espetaculares grupos de toda a história da música pop, Alice Cooper vive (mesmo!) intensamente tudo aquilo que para muita gente parece apenas encenação e charme para tornar seus shows mais envenenados e assim levar toda a patota à loucura e à histeria total. Na realidade, Alice é mesmo imprevisível. Tudo o que ele diz e faz é inesperado e, muitas vezes, até incompreensível. Como sua incrível mania de beber cerveja, por exemplo. Cindy, garota de Alice há muitos anos, conta que o tempo máximo que ela o viu longe de uma lata de cerveja foi 7 minutos, exatamente o tempo que ele levou para ir do terminal do aeroporto até o avião, quando foi servido pela aeromoça. Ele bebe, simplesmente, um caixote de cerveja por dia . . . No fim da tarde come alguma coisa, geralmente um sanduíche, e só vai jantar de madrugada. Mas quando está no palco, Alice fica mais louco ainda. Ele diz que tem um segundo "eu" que só aparece quando entra em cena e vê o público. Aí, acontece uma metamorfose e surge um monstro selvagem e aterrorizador que produz um espetáculo repulsivo e fascinante ao mesmo tempo. A morte é o tema central de seus shows. "A morte é o último segredo da vida. Ela me dá medo, mas graças ao meu papel de Alice, sempre consigo vencê-la."

"SOU MILIONÁRIO.
POSSO FAZER
QUALQUER TIPO
DE EXAGERO."

Apesar de toda a agressividade em cena e nas declarações em público, Alice vai faturando cada vez mais. Ele explica as razões do seu sucesso: "A gente sacou a hora certa e começou a criticar a América. E as pessoas ficam chocadas. Mas o estranho é que quanto mais cruel é o show, mais contentes elas saem do teatro. Acho que a maioria nem percebe que a sua própria imagem está refletida no palco. É uma imagem.

Revista POP, março de 1974

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