Trio Iraquitã traz de volta os anos 50
Depois de vários anos de excursão por países da América, Europa e Ásia, chegou a Natal o Trio Iraquitã, que, apesar de internacionalmente conhecido, transmite a mesma simplicidade dos anos 50, quando foi criado e começou a se apresentar na Rádio Poti.
O trio, que veio para a festa do cronista J. Epifânio, realizada semana passada na Rampa, realizou apresentações no Hippie Drive-in, no Kasarão e durante a reinauguração do Palácio do Governo, voltando ao Rio de Janeiro depois do dia 1º de janeiro.
O TRIO
Em qualquer apresentação, o forte do Trio é sempre o bolero.
"Também damos o nosso recado através de música alegre, mas o bolero jamais vai acabar, porque nunca ninguém vai deixar de amar". É a explicação de Gilvan, um dos criadores do Trio e que na década de 1940/1950 foi cantor da Rádio Poti.
Além de Gilvan, integram o Iraquitã, João, natural de Natal, e o cearense Toni, o substituto de Edinho, morto há alguns anos.
Em seus 23 anos de existência, o Trio, que no seu início não era acreditado, realizou apresentações em toda a América do Sul, nos Estados Unidos, pelo Japão, Havaí, Rússia e por países da Europa, tendo se exibido no Olímpia de Paris, no famoso Paladium de Londres, no teatro São Luís, de Coimbra, e também na Feira Internacional de Bruxelas.
O Iraquitã gravou durante 18 anos da Odeon e acaba de assinar contrato com a Continental, devendo lançar um LP de música brasileira depois do carnaval.
Toni, que como compositor assina-se como Antônio III, prefere não citar qual o maior sucesso do Trio, afirmando que todos os LPs lançados têm feito sucesso: "não é uma música isolada que tem obtido êxito, mas todo o disco".
O Trio apresentou-se em mais de 20 filmes, e seus componentes participaram como protagonistas nos seguintes: "Rio Fantasia", "Três Colegas de Batina" e "Virou Bagunça".
Além do Trio, João, Toni e Gilvan, que permanecem unidos através da música, exercem outras atividades. O primeiro tem uma agência de empresagem artística, no Rio. Toni é compositor, e Gilvam dedica-se à pintura, tendo realizado exposições no Rio e nos Estados Unidos, estando programada uma próxima para o mês de abril, em Recife.
Por enquanto, fora das horas de compromisso, os componentes do Iraquitã estão aproveitando o tempo para repousar e rever os amigos de infância.
Diário de Natal, Natal, 1º de janeiro de 1974
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