terça-feira, 8 de dezembro de 2015

31.01.1985 - Depoimentos impressionantes sobre o fenômeno Chupa-Chupa



Depoimentos impressionantes
sobre o fenômeno Chupa-Chupa

Daniel Rebisso Giese
Especial para O ESTADO DO PARANÁ

O Estado do Pará foi palco de milhares de avistamentos de Objetos Voadores Não Identificados (OVNIs), durante os três últimos meses de 1977. Essa onda ufológica alastrou-se pela costa paraense e também pelo interior do estado, principalmente na zona bragantina (cidades situadas entre Belém e Bragança). Porém, em nenhuma outra localidade o fenômeno foi mais rico e assustador do que na Ilha de Colares e na Baía do Sol. Ali, durante várias noites consecutivas, dezenas e dezenas de OVNIs realizavam fantásticas e maravilhosas evoluções a baixa e média altitude.

NASCE A ONDA "CHUPA-CHUPA"

O povo paraense, muito afeito a dar apelido em tudo e a todos, não tardou a escolher um, para esse misterioso fenômeno. Batizaram-no de "Chupa-chupa", devido aos raios paralisantes emitidos pelos OVNIS e a fraqueza que acometia todas as vítimas das naves espaciais. O povo acreditava que tais raios recolhiam amostras de sangue e daí vinha a fraqueza.

Para que possamos entender, perfeitamente, o que se passou, não há pessoa melhor para relatar os fatos do que a médica Wellaide Ceccim Carvalho de Oliveira.

CIPEX - Drª Wellaide, como iniciou a onda ufológica em Colares?

WELLAIDE - Já há vários meses que me encontrava na direção da Unidade Sanitária de Colares, quando, logo após a semana da Pátria de 1977, comecei a ser procurada por gente que dizia ter sido atacada por algo que chamavam de "Chupa-chupa".

CIPEX - É verdade que essa expressão começou em Colares?

WELLAIDE - Exato. O fenômeno do "Chupa-chupa" iniciou nessa ilha e não em Vigia ou Mosqueiro, como querem alguns.

CIPEX - Como eram as lesões das vítimas do "Chupa-chupa"?

WELLAIDE - Bem, de início devo lembrar que houve descrédito de minha parte. Imaginava que era crendice ou questão de bruxaria ou algo do gênero. Mas aquilo foi se repetindo, com maior insistência. Um dia vinha um, no dia seguinte outro.
Na segunda semana, o fluxo de pessoas se tornou ainda mais repetitivo e aí passei a examinar as lesões das vítimas. Vi coisas, então, que não constavam nos meus livros de medicina. As pessoas atingidas pelo "Chupa-chupa" apresentavam queimaduras semelhantes às produzidas pelas bombas de cobalto.
As queimaduras variavam de extensão. Primeiramente, iniciava com uma intensa vermelhidão (hiperemia) na área atingida e os cabelos começavam a cair (alopécia) e, dias depois, a pele começava a descascar. A essa altura, já se encontrava enegrecida.
Eles sempre me mostravam o local da "chupada", que a princípio não podia ser localizada por causa da pele enegrecida pelo raio. Esse enegrecimento era súbito. As queimaduras poderiam ser caracterizadas da seguinte forma:
  • não produziam bolhas e em nada se assemelhavam às queimaduras de fogo ou água quente. Mais pareciam lesões dos raios de Cobalto.
  • na área atingida, um ardor discreto.
  • quando a pele começava a descamar, após dois ou três dias do incidente, podiam ser notados cinco pontos bem próximos, como duas furadas de agulha. Todas as pessoas atingidas, que mediquei, apresentavam duas papilas, nos locais das "picadas".


CIPEX - Qual a faixa etária e o sexo dessas vítimas?

WELLAIDE - Na maioria eram adultos, tanto mulheres quanto homens, porém nunca atendi crianças.

CIPEX - Que partes do corpo eram frequentemente atingidas pelos raios dos OVNIs?

WELLAIDE - Dos pacientes que chegaram à Unidade Sanitária, a maioria apresentava queimaduras no tórax, tanto no peito como nas costas, pescoço e cabeça.

CIPEX - Essas queimaduras, como eram produzidas?

WELLAIDE - As naves que circulavam, quase todas as noites, na ilha de Colares, em diversas localidades, faziam vítimas e a maioria se encontrava dormindo. Sempre perguntava aos pacientes por que não gritavam ou corriam, e me respondiam: "Não dava, doutora, a gente fica sem ação. Nem gritar pode!". Os raios projetados das naves sobre as pessoas eram de cor branca azulada. Pareciam consistentes, uma vez que chegavam a imprimir discreta pressão e eram recolhidos não como um feixe de luz, mas como algo "sólido".

CIPEX - E as vítimas, o que lhes ocorria depois?

WELLAIDE - Além das queimaduras, todos apresentavam dores de cabeça e tonturas. Durante vários dias, ficavam sem ânimo e deitados nas redes. A astenia era uma contante, em todos eles.

UMA ONDA DE PÂNICO

Devido às queimaduras produzidas pelos OVNIs, todas as comunidades pescadoras e também as grandes cidades da zona bragantina (Pará) foram tomadas por uma onda de medo e terror, diante das investidas do "Chupa-chupa" ou dos "raios da morte", como chamavam outros. Quase ninguém dormia nas ilhas de Colares e Mosqueiro (Baía do Sol), com medo de ser tomados de surpresa por "Chupa-chupa".

Muitas estórias se espalharam, assim como os aproveitadores, uma vez que diziam que tais aparelhos preferiam atingir o seio das mulheres.

O medo foi tamanho que durante vários meses, tanto nas vilas da ilha de Colares, como na Baía do Sol, o povo saía, à noite, às ruas, para fazer fogueiras, bater em latas e soltar fogos de artifício a fim de afugentar as misteriosas naves. Muitas mulheres, em pânico, somado ao clima de histeria coletiva, chegaram a produzir feridas com as unhas, ao proteger os seios...

O ESTUDO CONTINUA

O CIPEX esteve mais de trinta e cinco dias investigando "in loco" a onda do "Chupa-chupa" e centenas de depoimentos foram colhidos, juntos aos pescadores de Colares e Mosqueiros, assim como de outras localidades. Chegamos à conclusão de que os fatos registrados foram mais reais do que pensávamos, à primeira vista. O fenômeno "Chupa-chupa" requer um estudo mais aprofundado, a fim de que possamos trazer respostas para entender melhor o enigma das ondas ufológicas.

O CIPEX, dentro em breve, estará publicando um relatório extenso sobre suas pesquisas no Pará. Os interessados em adquirir algum exemplar, poderão enviar carta ao endereço abaixo.

O ESTADO DO PARANÁ, Curitiba, quinta-feira, 31 de janeiro de 1985

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