segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

05.06.1963 - Usina nuclear será iniciada no Rio Grande do Sul até 64


USINA NUCLEAR SERÁ INICIADA
NO RIO GRANDE DO SUL ATÉ 64

RIO, 4 (CF) - Até fins de 1963 ou início de 1964, estará provavelmente julgada a concorrência internacional e iniciados os trabalhos preliminares para a central nuclear do Rio Grande do Sul, de 66 mil quilovates de capacidade, e localizada, tudo indica, no município de Canoas, junto a Porto Alegre, Guaíba ou Lagoa de Patos.


Segundo a "Conjuntura Econômica", com esse empreendimento, ao lado da primeira central nuclear do centro sul, de 300 mil quilovates, e da central nuclear do nordeste, de 50 ou 100 mil quilovates, todas a entrar em operação antes de finda a década dos 60, além da segunda central nuclear do centro sul, de 300 ou 500 mil quilovates, o Brasil ampliará sua posição de liderança na América Latina, não apenas no campo dos estudos, pesquisas e projetos de aproveitamento da energia nuclear para fins pacíficos, como do próprio uso industrial em larga escala de tal forma de energia.


Como se prevê, na década de 1980, senão antes, o Brasil deverá recorrer à escala de novas fontes de energia, especialmente a nuclear, para manter o ritmo de desenvolvimento socio-econômico progressivo diante da escassez de novas e substanciais fontes hidráulicas de aproveitamento.


Procurou, assim, a Comissão Nacional de Energia Nuclear, em cooperação com empresas ou entidades de energia elétrica do país, definir o programa baseado na construção de centrais nucleares, com a utilização do plutônio, formando em uma segunda linha os reatores funcionando no ciclo de plutônio de urânio 233-tório.

Em 1963, o chamado Plano Trienal do governo programou somente para o período 63-1965, investimentos da ordem de dez a doze bilhões de cruzeiros em energia nuclear , contra 332 biliões em moeda nacional, mais 180 milhões de dólares, para o desenvolvimento de programas convencionais de energia elétrica. Admite-se como possível, que no mínimo quarenta por cento dos dispêndios totais com essas centrais nucleares correspondam as aquisições na indústria nacional.


Correio do Povo, Porto Alegre, quarta-feira, 5 de junho de 1963

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